quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Nosso release 18/11/2008

Entidades de defesa dos Direitos Animais pretendem barrar matança de javalis em Vila Velha

Em reunião entre ONGs e diretoria do parque, IAP admite que desconhece o tamanho do problema dos javalis no Parque

Da Assessoria de Imprensa


Preocupados com as declarações dadas à imprensa pelo diretor do Instituto Ambiental do Paraná, Victor Hugo Burko sobre o manejo dos javalis no Parque Estadual de Vila Velha (PEVV) voluntários do Grupo Fauna de Proteção aos Animais, de Ponta Grossa e Movimento SOS Bicho, e Ecoforça, de Curitiba, estiveram reunidos na última quinta-feira, 13, com a diretoria do Parque para solicitar esclarecimentos sobre o tema.

As declarações do presidente da entidade, na semana passada, incluía um plano de capturas dos javalis em armadilhas especiais e seu abate, com possível doação da carne para órgãos assistenciais da cidade. Os ambientalistas qualificaram como precipitadas e pouco plausíveis as declarações do diretor do IAP.
Durante a reunião, o diretor de biodiversidade do IAP, João Batista Campos admitiu que não existem estudos suficientes a respeito do impacto causado pelos animais no Parque, tampouco se sabe o número total dos espécimes.

As ONGs encaminharam ofício ao IAP e Ministério Público Estadual solicitando a paralisação das atividades previstas até que sejam realizados e apresentados estudos sobre o tema no Parque, embasados na Normativa do IBAMA 141, que permite o abate desde que todas as alternativas viáveis de manejo sejam esgotadas. Vale ressaltar que a proposta anunciada pelo diretor do IAP não foi apresentada para consulta no Conselho Gestor do PEVV, que tem participação da sociedade civil.

"As decisões devem passar por discussão e votação em Conselhos específicos, audiências públicas ou similares, onde representantes da sociedade civil organizada, incluindo o movimento de defesa animal, possam participar do processo de discussão e decisão", diz Andresa Liriane Jacobs, secretária do Grupo Fauna.

Para ela, o manejo dos javalis no Parque é necessário, desde que seja feito de forma a não violar a legislação sobre fauna e maus-tratos aos animais e que sejam embasadas em estudos específicos transparentes. A voluntária ainda ressalta que, caso não sejam cumpridas medidas de prevenção, o problema nunca será controlado."Esses animais foram introduzidos na região por motivos econômicos, e agora são colocados como os únicos responsáveis pela sua presença e impacto ambiental. Defendemos ações preventivas, pautadas em decisões coletivas, no fortalecimento da fiscalização do IAP sobre os criadouros legalizados e clandestinos e na implantação de legislação que impeça a introdução de futuras espécies exóticas no estado", afirma.

Após a reunião, os voluntários conheceram a armadilha para capturar os javalis, mas duvidaram de eficiência já que existe uma oferta maior de alimentos nas plantações ao redor da unidade, o que seria mais atrativo aos animais.
Também não ficou claro a respeito das declarações do diretor do IAP, Victor Hugo Burko, quem seriam os funcionários que manuseariam as armadilhas, quem faria o abate e quem atestaria a qualidade sanitária e como, quando e com que investimentos os funcionários do Parque seriam treinados para isso. Os ambientalistas também acionaram o Ministério Público Estadual para obter estas informações.

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